PORTUGAL, NACIONALIDADE
No Domingo, 19 de Junho, conversou-se aqui em casa sobre o tema da "nacionalidade", assunto complexo e sobre o qual nem todos os historiadores estão completamente de acordo. Talvez melhor dito, há "piquenas" (MFLeite dixit) divergências.
No meu blogue conto com algum detalhe um ponto de vista de um historiador, doutorado, e com notáveis credenciais na academia.
Dizem alguns que quem visita a serra da Arrábida se sente imbuído de uma elevação de espírito em tudo propícia à meditação e ao recolhimento. No que me diz respeito, que por lá passei noites e dias sem conto, posso garantir que só senti cansaço, frio, calor, fome e sede. Tenho para mim que tão elevados sentimentos tivessem dificuldade em coexistir com a arma e a mochila que normalmente carregava. A única vez que alguém me pareceu ser assim influenciado ocorreu num dia em que, relativamente abrigados da chuva e do frio, enganávamos a fome com uma lata de sardinhas e umas bolachas da marca “ Capitão “ ( algumas das quais, de tão duras, poderiam servir de armas de arremesso ) . Comentava – se então o comportamento errático de um outro dos aluno, comportamento esse que de tão bizarro levou alguns a aventar poder tratar -se de algum problema originado por qualquer maleita, consequência da violência do treino intensivo.
Foi então que um outro aluno, do seu natural bastante
reservado, encerrou a questão do seguinte modo :
E. Gomes
"Estimados Camaradas,
Foi com muito pesar que recebemos a notícia do falecimento do nosso Camarada CFRAG EMQ Vítor M. Correia de Lemos, ocorrido no passado dia 16 de Junho no Hospital dos Lusíadas. O seu corpo estará na Capela de Santa Joana Princesa (Alvalade) a partir da 11:00 de Segunda-Feira, dia 20 de Junho, de onde sairá o Funeral pelas 15:00 do mesmo dia.
À sua Família, aos seu Amigos e Camaradas, em particular aos do "Curso D. Dinis" a que pertencia, apresentamos sentidas condolências."
"O Navio... desarmado" acompanha esta manifestação de pesar e envia sentidas condolências à Família do Eng. Correia de Lemos e aos seus amigos e camaradas.
TODOS COM MEDO DELE ?
Antes do café matinal fui esta manhã jogar o Euromilhões no local habitual, onde há anos jogo o Totoloto e o Euromilhões, e onde de tempos a tempos faço a experiência de comprar alguns jornais. Compro poucos, são normalmente uma tristeza.
No decurso de uma das várias inaugurações em que participou, em Cabo Verde, sucedeu que, na ilha Brava , um camarada se viu confrontado com a possibilidade de ter de se deslocar da Furna para a povoação de Nova Sintra montado num equídeo. Perante tal possibilidade, e dado que nunca havia praticado equitação, resolveu o camarada em questão manifestar a sua preocupação junto ao Governador, também ele oficial de Marinha, e que se ia igualmente deslocar do mesmo modo, tendo obtido a seguinte resposta :
“ Para um
marinheiro montar a cavalo nada mais é do que governar uma embarcação miúda,
com os gualdropes erradamente montados à proa e funcionando ao contrário
E. Gomes
A frase que hoje aqui trago terá sido proferida por um oficial muito mais antigo, entretanto já falecido, oficial esse cujas relações com os seus subordinadas estavam longe de ser “ fáceis “. O oficial em causa, quando na chefia de uma Direcção Técnica da Marinha, praticava um horário "especial" , horário esse que era objecto de comentários por parte do restante pessoal do serviço. Num qualquer dia em que grande parte do pessoal se encontrava presente o oficial em causa terá proferido o seguinte :
“ Todos
comentam o facto de ser o último a chegar, mas ninguém comenta o facto de ser sempre
o primeiro a sair “
E. Gomes
Estou em crer, e julgo não andar longe da verdade, que a principal preocupação dos oficiais dos destacamentos de fuzileiros , enquanto andei pela Guiné, era a salvaguarda da integridade do pessoal sob as suas ordens. Tal facto ficou claramente demonstrado por um camarada mais antigo que, após conseguido o objectivo da operação em que o destacamento sob o seu comando estava envolvido , terá ordenado :
“ É
melhor irmos já embora antes que eles empatem “
E. Gomes
O Contra-Almirante Médico Naval Joaquim dos Santos Félix António faleceu no passado dia 27 de Maio com 93 anos de idade, depois de uma longa carreira ao serviço da Marinha. Na sua carreira como médico naval destaca-se uma comissão de embarque no Estado da Índia e, mais tarde, os cargos de Chefe de Serviço e de Director do Hospital de Marinha, Director do Serviço de Saúde Naval e Director da Revista da Armada. Cultivava a escrita e em especial a poesia, era um estudioso da História Marítima, um apaixonado pela Tauromaquia e era Membro Emérito da Classe de Artes, Letras e Ciências da Academia de Marinha.
O "Navio… desarmado" apresenta condolências à sua Família e aos seus Amigos.
